Colégio Arquidiocesano de Ouro Preto

Entre Rosas e Vivências

“Chegar e partir são só dois lados da mesma

viagem. O trem que chega é o mesmo trem

da partida. A hora do encontro é também

despedida. A plataforma dessa estação é a

vida…” (Milton Nascimento e Fernando Brant).

 

Toda separação provoca dor. Afastar-se de pessoas queridas dói. Interromper relações, cortar contatos, experimentar a distância, a saudade, ainda que abalem a condição humana, fazem parte da vida. Foi com o olhar sobre a realidade de quem foi abandonado(a) pela família em um manicômio, que os alunos e alunas do Ensino Médio do Colégio Arquidiocesano de Ouro Preto visitaram o Museu da Loucura e as Residências Terapêuticas, na cidade de Barbacena, acompanhados(as) dos aplicadores do Programa Escola da Inteligência: Evaldo Rosa e Elizete Lima.

Observar e analisar a mensagem que é expressa em falas como em: “Ô seu Manoel, tenha compaixão tira nóis todas desta prisão estamos todas de azulão lavando o pátio de pé no chão. Lá vem a bóia do pessoal arroz cru e feijão sem sal e mais atrás vem o macarrão parece cola de colar balão […] Depois vem a sobremesa banana podre em cima da mesa e logo atrás vem as funcionária que são…“(Sueli Aparecida Rezende paciente do Hospital Colônia de Barbacena, desde os 10 anos de idade, falecida em 2006.) foram etapas que integraram a atividade proposta aos discentes.

“…Penso que cumprir a vida seja simplesmente compreender a marcha, e ir tocando em frente… Um dia a gente chega, no outro, vai embora. Cada um de nós compõe a sua história, e cada ser em si carrega o dom de ser capaz de ser feliz”.

A música de Almir Sater e Renato Teixeira é sugestiva e permite uma relação com a História da Loucura em uma abordagem da temática Identidade que é uma das propostas do Programa Escola da Inteligência desenvolvidas com a Turma da 1.ª Série do Ensino Médio.

Em síntese, quanto à Visita Orientada, saindo de Ouro Preto, os(as) participantes e chegaram ao Museu da Loucura, encontrando no pátio alguns(algumas) pacientes que estão em tratamento mental. O Museu está situado nas dependências da clínica.

Os(As) visitantes foram atenciosamente atendidos(as) pela funcionária Francisca Maria, quem vivenciou o processo da Reforma Psiquiátrica na instituição.

Houve um choque de ideias entre teoria e prática, fé e razão, quando os alunos e alunas puderam refletir sobre uma questão histórica da loucura no tempo e no espaço, percebendo as atrocidades humanas que envolvem: lembranças doídas de quem perdeu dentro do manicômio a infância, a adolescência e até a própria vida. Trata-se de um tempo de trevas e temores; de um passado triste e sombrio; de retratos em pretos e brancos; de um tempo em segredo que só conheceu o mudo através de grades.

No período da tarde, os alunos e alunas visitaram o Instituto Bom Pastor, com a finalidade de conhecer um pouco da história de quem sobreviveu a esse triste passado e hoje reconstrói a vida em sociedade. O trabalho de reintegração social na referida Instituição é feito com pessoas que recebem alta das clínicas de saúde mental e vivem sem referência. Diante dessa condição, a Igreja Católica assumiu a causa e responde pelo projeto que é feito em parceria com o governo federal.

Quem, atenciosamente falou do trabalho realizado pelo Instituto aos visitantes, foi a apoiadora e responsável pelo projeto, a assistente Social Leandra. Também alguns e algumas residentes que viveram no manicômio, durante o período mais triste e de muitas dificuldades, contribuíram com informações.

Para aqueles e aquelas alunos(as) que participaram da Visita ao Museu da Loucura na cidade de Barbacena tratou-se de um momento propício para que possam avaliar atitudes, rever posturas, reconsiderar decisões, pedir desculpas ou perdão pelas mágoas causadas, mesmo que sem desejar ou perceber; pelas omissões.

Estudar a história da loucura é uma oportunidade de aprender sobre o que é racional e afetivo. Oportunidade de aprender que o erro, se não é avaliado, não passará de um erro; mas quando reconsiderado será útil para o crescimento.

Nas palavras espontâneas e de gratidão do aluno Thiago Braga direcionadas aos professores e professoras do Colégio Arquidiocesano estão o sentido de se realizar atividades dessa natureza: “Sou grato por nos permitirem enxergar melhor as outras pessoas que estão a nossa volta, transformando-nos em seres humanos melhores. Grato por ter a oportunidade de experimentar um pouco da relação com o outro e comigo mesmo”.

 

                 

                     

            

 

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